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Pense grande e não no seu cargo
Hierarquia vertical nas empresas não faz mais sentido, o foco deve ser nas pessoas e suas competências
Quem me acompanha por aqui já soube que recentemente tomei a decisão de deixar o cargo de CEO na Elephant Skin e traçar o meu próprio caminho, dentro do objetivo que a empresa tem hoje de expandir cada vez mais globalmente, unido a minha necessidade de desenvolvimento profissional.
O que considero bastante importante para o crescimento genuíno na carreira e o que também impede essa expansão é a cultura que move a mentalidade atual e estrutura das empresas, pouco focada em pessoas e em suas reais competências.
O resultado disso é um profissional excelente na sua atuação, mas com a proposta de ‘subir de cargo’, sendo este cargo engessado e que pertence a um sistema, ele assume posições sem que de fato esteja preparado ou que não tenha nada a ver com suas competências. No lugar de expandir, o crescimento é limitado, colocando essa pessoa em uma ‘caixa’.
Cargo não é o mesmo que competência: é preciso focar nas pessoas
O mundo mudou e as coisas não podem seguir de maneira engessada baseada em uma hierarquia vertical. Quem está errado: o profissional ou o sistema?
Por que ele não pode ser um grande profissional naquilo que ele sabe fazer muito bem ou até mesmo avançar para outro nível, porém focado nas suas habilidades? Porque existe um empecilho muito limitante chamado cargo.
Na Elephant Skin tivemos que construir nossa própria visão sobre a posição de cada profissional na empresa e algo que priorizamos é o olhar direcionado para as habilidades, para as pessoas. Independente do cargo, é possível ser fantástico na sua atuação.
Tivemos nossa jornada para enxergar com clareza essa etapa de definir papéis na empresa, pois a estrutura baseada em cargos é algo cultural e foi preciso questionar.
Por cinco anos eu não tinha tempo para estar na posição de C-level que assumo a partir de agora na ES e essa era uma posição em aberto na agência.
Sempre fui a pessoa ideal para assumir esse cargo, totalmente de acordo com as minhas competências e objetivos, mas estava ocupando o cargo de CEO.
Logo, a Giovana Driessen que já atuava com muita competência parte da função de CEO, não podia executar completamente, porque eu estava no caminho assumindo essa posição, ou seja, estávamos limitados aos nossos cargos e isso não poderia continuar sendo um obstáculo. Foi aí que a ficha caiu.
Empresas precisam aprender a olhar para o lado – o potencial já existe!
Outra questão que considero fundamental questionar quando o assunto é crescimento, oportunidades na carreira é sobre a estrutura de contratações. Já parou para pensar que talvez você já tenha as pessoas que a sua empresa precisa e só te falta olhar para o lado?
E quando se atinge um grau de maturidade, profissionais excepcionais sabem que cargos não significam subir ou descer em uma escala, porque o subir é quando você assume algo que de fato quer e que tenha relação com as suas verdadeiras competências.
Sempre terei o meu mérito como fundador da ES e isso vou guardar para sempre, mas hoje, me interessa muito mais ter uma empresa consolidada de forma global, do que um título em que apareça o nome CEO.
Acredito que as empresas hoje precisam dar abertura para que as pessoas possam ser a melhor versão delas e os fundadores precisam começar a abrir a mente para procurar por profissionais que ajudem a estruturar essa empresa.
O cargo é o que menos importa, mas sim, se a empresa está indo por um caminho que faz sentido.
As pessoas precisam compreender que elas podem ser muito grandes e se elas ainda não são, existe a oportunidade para que isso aconteça
Na ES investimos muito em processos, para melhorar a dinâmica de trabalho e fazer com que todos tenham mais qualidade de vida e isso gera uma maior autonomia entre os times, que podem se organizar quanto a encontrar o melhor ritmo de trabalho e entregas. Mas o desafio também está, com o desenvolvimento destes processos, em não permitir que a empresa se acomode.
Existe uma cultura de trabalho, que no geral, coloca as pessoas dentro de caixinhas, de maneira que não consigam se ver além, seguindo a estrutura vertical de que você vai subindo de cargo e ao chegar numa determinada posição não tem mais para onde ir. Só que na ES viramos essa pirâmide e, ao invés de ir para cima, as pessoas podem ir mais longe a partir de uma estrutura tridimensional, que são células autogerenciáveis na empresa e pessoas com autonomia para escolher suas posições.
Na hierarquia tridimensional são criados hubs que podem ir crescendo dentro deles, sem limite para expansão.
O topo é subjetivo – curta a jornada e as conquistas no meio do caminho ou sempre vai estar ansiando, sem aproveitar as pequenas vitórias
Qual é o seu topo hoje? O meu é conseguir estar presente em vários continentes do mundo e que a ES seja consolidada como referência global. Eu quero que as pessoas na empresa tenham a convicção de que a ES é um espaço para que alcancem o que elas consideram o próprio topo.
E o seu topo não pode estar limitado a um cargo. Você tem os seus objetivos e deve traçar maneiras de alcançá-los fazendo aquilo que você gosta e que te traz realização verdadeira.
O processo também precisa gerar satisfação tanto quanto o resultado. É comum muitas vezes a pessoa focar tanto no resultado e acabar se esquecendo do processo ou de criar “mini metas” para comemorar durante a jornada.
Certa vez lembro de ter comentado em uma reunião de que você não pode querer ter um avião apenas porque ter um avião é legal, você tem que ter um avião porque vai atender uma necessidade naquele momento e realmente precisa. As coisas têm que acontecer por uma razão e não simplesmente porque se quer.
Seu desejo de expansão não pode ter limites, seja de mentalidade ou de cargo. Essa é a minha visão de carreira e é o que eu posso vivenciar na ES e estímulo para que mais pessoas à minha volta possam pensar além.
Costumo ser aquele que diz: quer fazer, faça! Ou nunca vai saber. Vai com medo, mas vai, pois faz parte. Não coloque limites para os seus sonhos e projetos.
Gerente de Comunicação - Roberta Lemos | Estagiário de Comunicação – João Victor Campos
Jornalistas - Daiana Barasa and Juliana Rodrigues | Naiá
Entrevistado – Henrique Driessen - CGO
Todos os direitos reservados para a Elephant Skin Group Corp.